2015 - 2017

Pesquisadores responsáveis: Taisa Scarpin Guazi, Kester Carrara;

Financiamento: FAPESP/CAPES (Bolsa de Mestrado - Processo 2015/09081-9)

Mais informações: taisa_guazi@hotmail.com

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Em estudo anterior, Guazi e Laurenti identificaram a presença de reforçamento natural na manutenção do comportamento acadêmico de pesquisadores seniores. Contudo, as atuais contingências acadêmicas destoam, em muitos aspectos, das contingências às quais os pesquisadores seniores estavam expostos no início de suas carreiras. As atuais contingências acadêmicas estão permeadas, por exemplo, pelos fenômenos (relativamente recentes) do produtivismo acadêmico e da competitividade entre pesquisadores. Nesse sentido, os professores iniciantes, que ingressaram contemporaneamente na academia, parecem constituir uma geração de pesquisadores cujo perfil é diferente. Considerando esses aspectos, esta pesquisa objetivou identificar as diferenças e similaridades existentes entre as variáveis que controlam o comportamento acadêmico de professores seniores e iniciantes. Participaram desta pesquisa, de natureza exploratória, seis professores bolsistas de produtividade do CNPq que atuam nas áreas de Psicologia, Genética e Física – sendo selecionado, de cada área, um pesquisador sênior e um pesquisador iniciante. Os dados, coletados por meio de entrevistas, foram analisados pelo método de interpretação analítico-comportamental e organizados de modo a permitir a análise, em separado, das contingências originárias e mantenedoras do comportamento acadêmico dos participantes. As três participantes seniores deste estudo são mulheres brancas, que concluíram o doutorado na década de 1960 (os dados coletados permitiram considerar a variável gênero na análise do comportamento acadêmico das participantes seniores), e os participantes iniciantes, são três homens brancos, que se doutoraram entre 2009 e 2012. As contingências responsáveis por instalar o comportamento acadêmico das participantes seniores foram, preponderantemente, contingências de reforçamento positivo, as quais expuseram as entrevistadas à formação liberal. O padrão comportamental acadêmico dos participantes iniciantes, por outro lado, parece ter sido instalado por meio do emprego de regras. Na contemporaneidade, o comportamento acadêmico das participantes seniores parece ser mantido por meio de reforçamento positivo natural. Em contrapartida, as contingências responsáveis por manter o comportamento acadêmico dos participantes iniciantes, as quais estão relacionadas às atuais exigências de produtividade científica, parecem distanciar o comportamento acadêmico dos entrevistados das suas consequências naturais. As principais diferenças encontradas entre as contingências originárias e mantenedoras do comportamento acadêmico dos participantes seniores e iniciantes parecem aludir às diferentes contingências a que os entrevistados foram expostos ao longo da formação básica e superior, e às mudanças pelas quais a educação e ciência brasileira passaram nas últimas décadas. Este estudo contribuiu para a compreensão das práticas científicas contemporâneas, bem como permitiu elucidar as contribuições da análise do comportamento para esta temática. A interpretação dos dados coletados sugere a necessidade de que mais pesquisas, que versam sobre as atuais contingências institucionais acadêmicas, sejam feitas.

2015 - 2017

Pesquisadores responsáveis: Felipe Bulzico da Silva, Kester Carrara;

Mais informações: silva.b.felipe@gmail.com

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Pesquisa cujo objetivo é identificar e descrever, sob uma perspectiva behaviorista radical, valores que permeiam as questões da luta pela terra, educação escolar e saúde indígena. Para que tal objetivo seja concretizado, serão consultados documentos oficiais produtos de reivindicações dos movimentos indígenas e dados etnográficos que se refiram às questões citadas. Com os resultados da pesquisa, espera-se propiciar subsídios éticos e políticos para intervenções e pesquisas em comunidades indígenas.

2014 - 2016

Pesquisadores responsáveis: Laura Moreira Borelli, Kester Carrara

Financiamento: CAPES (Bolsa de Mestrado)

Mais informações: lauraborelli1@gmail.com

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No cenário atual da educação brasileira são frequentes as iniciativas, tanto públicas quanto privadas, para a melhoria de sua qualidade em um contexto que urge por mudanças quando é examinado a partir de dados que apontam deficiências em vários aspectos, dentre eles o próprio processo de ensino-aprendizagem. É voz comum e reiterada a menção a uma crise na educação que se estende a uma crise de valores diante da qual permanece necessária a participação, na busca de soluções, dos diversos grupos e instituições sociais, dentre eles a escola, considerada responsável, ao lado da família, pela formação de crianças e jovens em relação a valores éticos imprescindíveis para o exercício da cidadania. Nesse contexto, os objetivos deste estudo são: 1) identificar, descrever e analisar as definições de ética e de comportamentos pró-éticos no contexto escolar e as propostas de ensino destes comportamentos na escola, por meio do relato de professores e de gestores de escolas públicas de uma cidade do interior de São Paulo; 2) identificar o papel do professor na aprendizagem de comportamentos pró-éticos; 3) levantar necessidades à luz de evidências e apontar alternativas de delineamentos para fortalecimento e consolidação do ensino de comportamentos pró-éticos relevantes para as pessoas das escolas participantes. Participaram 75 professores e 10 gestores de seis escolas públicas de uma cidade do interior de São Paulo. Os professores responderam a um questionário e os gestores a uma entrevista, ambos elaborados com base no Guia Orientador de Delineamentos Culturais em Análise do Comportamento (CARRARA et al., 2013), com o objetivo de identificar as características do contexto escolar importantes para um planejamento cultural. Espera-se que com os resultados deste estudo seja possível elaborar programas de intervenção e planejar políticas públicas para fortalecer o ensino dos conteúdos do domínio ético-moral na escola.

2013 - 2015

Pesquisadores responsáveis: Luiz Antonio Lourencetti, Kester Carrara;

Financiamento: FAPESP (Bolsa de MestradoProcesso nº 2013/18993-6);

Mais informações: luizlourencetti@gmail.com

A imprensa noticia com frequência problemas de mobilidade urbana devido ao crescimento não planejado de muitos municípios brasileiros. Tais informações são corroboradas por agências governamentais como o IBGE e o DENATRAN, que indicam gradativo aumento na proporção de veículos automotores por domicílio e o número total de veículos automotores emplacados em todo o país, respectivamente. Esse crescimento urbano denso e desordenado pode vir acompanhado de consequências nocivas à população, como congestionamentos, poluição sonora e do ar, aumento do número de acidentes de trânsito, transporte público deficitário, dentre outros. Diante desse quadro, tornam-se imprescindíveis o planejamento e a proposição de ações e políticas públicas tematizadas pela mobilidade urbana, como forma de evitar ou minimizar eventuais prejuízos e consequências negativas à população. O planejamento de políticas públicas muitas vezes envolve um delineamento de práticas culturais, o que está intrinsecamente relacionado à maneira com que os indivíduos interagem entre si e com as demais instâncias do ambiente em que estão inseridos. Nesse sentido, o conjunto de leis disponíveis no Brasil, em especial o Estatuto da Cidade e os Planos Diretores, se efetivamente concretizados, caracterizam-se como instrumentos básicos e norteadores, fornecendo diretrizes para que a mobilidade urbana ocorra de forma sustentável. Nesse cenário, o presente estudo objetivou promover uma análise funcional, identificando prescrições comportamentais, por meio da descrição de contingências comportamentais de três termos, que são direta ou indiretamente referenciadas em legislações acerca da mobilidade urbana, especificamente do Estatuto da Cidade, da Política Nacional de Mobilidade Urbana e do Plano Diretor Participativo do Município de Bauru-SP. Para isso, adotou-se metodologia descritiva que consistiu na leitura das leis, identificando os termos da contingência: Contexto Antecedente – situações ambientais que compreendem o contexto, condição ou circunstância em que o comportamento ocorre ou deveria ocorrer; Resposta – descreve e/ou indicia, explicita ou implicitamente, a ação ou deveres esperados de um indivíduo (ou do governo, enquanto agência); Consequência – consequências direta ou indiretamente relacionadas a uma classe de respostas. Como resultados foram identificadas 107 contingências completas nos três documentos, sendo 35 no Estatuto da Cidade, 29 na Política Nacional de Mobilidade Urbana e 43 contingências presentes no Plano Diretor Participativo do Município de Bauru-SP. São discutidas as prescrições comportamentais identificadas sob a ótica da Análise Comportamental da Cultura, destacando relações entre as leis e os efeitos sobre o comportamento dos envolvidos em sua execução. Pelo estudo conclui-se que o Estatuto da Cidade e o Plano Diretor Participativo do Município de Bauru-SP constituem importantes instrumentos no sentido de descrever contingências relacionadas ao uso dos instrumentos da política urbana, representando avanço em relação ao modo como o planejamento e desenvolvimento urbano foram estruturados no passado. Entretanto, ainda que representem avanços, as leis mencionadas evidenciaram-se falhas no sentido de colocar os comportamentos dos governantes sob controle de suas prescrições. Nesse sentido, a Política Nacional de Mobilidade Urbana se mostra como potencial instrumento no objetivo de alterar algumas das práticas culturais vigentes, programando novas contingências que estabeleçam controle sobre os comportamentos dos agentes públicos, principalmente aqueles relacionados à mobilidade urbana. Por fim, este estudo demonstra as contribuições da Análise do Comportamento, enquanto mediação teórica e de aplicação da Psicologia, para o planejamento e formulação de leis e políticas públicas.

2012 - 2015

Pesquisadores responsáveis: Kester Carrara;

Financiamento: CNPq (Bolsa de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 2)

Mais informações: kester@fc.unesp.br

Constitui responsabilidade do analista do comportamento a tarefa de continuar aprofundando o exame da pertinência teórico-técnica da noção de metacontingências, sem preocupação no sentido de que esta seja utilizada como um substituto conceitual para a terminologia proposta por Skinner ou um conceito que se incompatibilize com a análise skinneriana das práticas culturais. O conceito glenniano, sem dúvida, por um lado preserva os argumentos centrais do Behaviorismo Radical com relação a questões sociais e, por outro, enfatiza claramente a importância de que se produza uma trajetória de condutas estratégicas do cientista que implicam não apenas a identificação de variáveis que controlam o comportamento individual, mas a identificação e descrição cuidadosa da rede de relações que se estabelece entre classes de comportamentos dos indivíduos que compõem o grupo e produzem um efeito de compartilhamento social, no sentido anteriormente descrito neste texto. Avaliar criteriosamente a precisão de um e outro conceito (contingência e metacontingência), seu alcance prático e as implicações de qualquer das escolhas possíveis (adotar um ou outro, ou mesmo apoiar a convivência de ambos como alternativas entre si complementares e possíveis aos analistas), constitui tarefa essencial deste projeto.

2013 - 2014

Pesquisadores responsáveis: Sarah Faria Abrão Teixeira, Kester Carrara;

Financiamento: PIBIC/CNPq (Processo 120448/2013-0)

Mais informações: sah.teixeira@hotmail.com

O consumo abusivo de bebidas alcoólicas é atualmente um problema de saúde pública em todo o mundo e atinge em grande número os universitários. Por esse ser um momento da juventude, considerado uma etapa do desenvolvimento típica para a consolidação das principais características que o indivíduo terá na vida adulta, o uso abusivo do álcool pode acarretar graves danos à saúde física, psíquica e social, constituindo, portanto, um comportamento de risco. Além disso, o consumo excessivo e a intoxicação aguda ou embriaguez podem gerar eventos desagradáveis e graves como, por exemplo, alterações do comportamento, coma, desastres automobilísticos, alterações dos padrões éticos e emocionais do indivíduo, deteriorando assim suas relações familiares e sociais. Muitas vezes o álcool tem notável função mediadora e é agente de desinibição e estimulador das relações entre os pares. Todavia, para enfrentar esses problemas torna-se urgente a implantação de estratégias preventivas que envolvam a família, universidade, diversos segmentos da sociedade, e principalmente os jovens acadêmicos. Portanto, é necessário intervir explicitando aos universitários como se constituem os padrões de alto consumo de álcool, os possíveis efeitos deletérios à saúde relacionados a esse uso, bem como comportamentos de risco integrados, como sexo sem proteção, uso de outras drogas e brigas. Seria necessário, portanto, um consistente planejamento de contingências que alterem de maneira efetiva uma pratica cultural, ou seja, mudanças na reprodução do comportamento operante de beber abusivamente, que ocorre de maneira similar entre indivíduos de uma dada geração e entre gerações de indivíduos, procurando assim melhorar a qualidade de vida, atuação escolar e diminuir os problemas associados ao uso abusivo do álcool. Neste contexto, a presente pesquisa objetivou: 1) identificar, a partir de relatos escritos, algumas das possíveis variáveis que levam os universitários a fazerem uso abusivo de álcool, partindo da identificação do conhecimento sobre o assunto em questão e a frequência de tal comportamento de risco; 2) coletar dados a fim de descrever a realidade na qual os jovens estão inseridos, isto é, aspectos das circunstâncias do consumo abusivo, servindo de base para medidas de prevenção necessárias a fim de alertar os participantes das consequências nocivas causadas por tal comportamento.

2010 - 2012

Pesquisadores responsáveis: Kester Carrara, Caroline Bonaccorsi, Dafne Rosane Oliveira, Fernanda Rodrigues Lopes, Luiz Antonio Lourencetti, Natália Pinheiro Orti, Vívian Bonani de Souza;

Financiamento: CNPq (Edital de Ciências Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas 02/2010 – MCT/CNPq/MEC/CAPES – Processo 400884/2010-0);

Mais informações: luizlourencetti@gmail.com

Num cenário de estatísticas que apontam, ano a ano, a persistente permanência da dengue, esta pesquisa apresenta uma proposta de intervenção baseada nos pressupostos da Análise do Comportamento. O estudo consistiu em avaliar comportamentos dos moradores de um município do interior do estado de São Paulo, identificando suas práticas relacionadas ao controle do vetor transmissor da dengue e intervindo, mediante procedimento de reforçamento diferencial, de forma a ampliar a frequência de ocorrência de práticas adequadas à prevenção. Os resultados indicaram que, inicialmente, os moradores relataram comportamentos necessários à prevenção, porém tal relato se mostrou inconsistente com as práticas observadas nas residências visitadas. Após a intervenção, observou-se evolução positiva nas práticas de prevenção pelos habitantes do bairro-alvo. O estudo viabilizou agregar conhecimentos sobre como trabalhar com os comportamentos da população mediante o princípio de seleção pelas consequências e sugere alternativa efetiva e de baixo custo e para subsidiar políticas públicas para o setor.